quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cada maluco com a sua panca




Calhaus, pedras, pedrinhas são uma panca que tenho desde garota (maior que esta só mesmo paus).
Nem o facto de me ter caído em pequena, uma enorme (das que tenho em minha casa) mesmo em cima de dedo mindinho do pé e ter feito sangue e depois com a reia da praia e tal, nada disso fez com que deitasse o calhau ao chão e o deixasse  ficar na praia. Nada disso, aquele calhau enorme e cheio de caracoizinhos do mar fossilizados mereceu todas as minhas lágrimas e esforço em trazer aquela relíquia desde onde a encontrei até à minha toalha e ao pé dos pais para me tratarem do ferimento e darem mimo.
Tratar do ferimento sei que sim, tanto que tenho uns dedos mindinhos muito mimozinhos, a parte da mimo não lembro, mas o calhau cá canta. É uma daquelas coisas que vai sempre comigo para onde eu for: fui estudar fora - foi comigo, fui viver para outra cidade- foi comigo, voltei à terra natal - foi comigo, mudei de casa - fui comigo, voltei a mudar de casa - fui juntamente com todos os outros homeless (que fui recolhendo e dando abrigo ao logo dos anos) num caixote para a minha casa nova e agora aqui está a servir de  apoio aos meus discos de vinil.

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